top of page

Entre flores e borboletas

Sempre gostei das borboletas. Elas nos ensinam uma bela lição.

Lembram-nos que existem invernos e primaveras. A primavera é minha estação favorita e estatisticamente da maioria das pessoas também. Mas para se chegar até a primavera, passa-se por outras três estações.

Assim ocorre com as borboletas. Observo suas facetas. A lagarta leva um ano para virar borboleta. Essa transformação acontece em quatro fases: O ovo, a larva, a pupa e a fase adulta. O início do ciclo começa quando a borboleta põe seus ovos, geralmente em folhas de plantas.

É uma bela metamorfose. Por isso, borboletas inspiram poetas.

Gosto muito de uma citação de Rubem Alves: “Não haverá borboletas, se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses.”

Enquanto no casulo podemos fazer um paralelo com a introspecção, com a reflexão. A parte silenciosa. Já na fase borboleta podemos fazer um paralelo com a transformação, com a inovação. A hora da manifestação do belo.

A borboleta, esse inseto que voa e que possui lindas cores, nos demonstra leveza, sutileza. Passeia entre flores, encanta amores, alguns acreditam que dá sorte.

Isso me faz lembrar uma encantadora citação de Fernando Anitelli: “Borboleta parece flor que o vento tirou para dançar.”

Em inglês butterfly, cuja tradução literal seria manteiga que voa.

Elas nos ensinam que precisamos passar por processos em nossas vidas, aprendizados, superações, até conseguirmos alcançar algo tão esperado.

Será que o fortuito é sempre imprevisto? Pode parecer que sim, mas penso que nem sempre não. Se você plantar abóbora não poderá colher morangos, certo?! Assim é a vida.

Os imprevistos são apenas imprevistos, mas são contornáveis, se você tem uma base sólida. Não me refiro às fatalidades, muito embora também haja maneiras diferentes de lidar com elas.

A semente plantada um dia deverá florescer. Precisa de adubo, água, sol, mas está ali. Precisa ser cuidada.

Quem não quer voar metaforicamente falando, assim como as borboletas? Quem não quer ter sucesso?

Vale lembrar que pra isso é preciso viver a metamorfose ou várias metamorfoses.

O sucesso é o conjunto de correções pontuais, de pequenos ajustes, dedicação e também sofrimento. Ele não vem de graça.

Depois do mais rigoroso inverno é que nascem as belas flores. E quem não gosta de flores? Suas pétalas, suas cores, o perfume...

Olhe para as borboletas! Elas também amam as flores, mas tanto essas como aquelas foram produzidas num período mais obscuro, para somente depois aparecerem e brilharem num belo dia ensolarado.

Amo as borboletas e suas facetas!

Mas um mundo de flores e borboletas foi antes um mundo de inverno e enclausuramento.

Pense nisso. Se estiver enfrentando desafios e dificuldades, use isso para se superar. Utilize fracassos para identificar falhas, fazer as correções necessárias, tomar uma atitude de mudança.

Porém, lembre que não haverá resultado diferente se você continuar fazendo a mesma coisa, da mesma maneira, dia após dia. Muitas vezes é necessária a metamorfose.

Olhe para as borboletas! São belas, não é mesmo?

Saiba que chegará a primavera, com flores e borboletas. Aproveite o melhor de cada momento.

Bianca Rosenthal

advogada e escritora

311 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

O resgate do lúdico

Lúdico é aquilo que remete às brincadeiras e aos jogos criativos, que tem o divertimento acima de qualquer propósito. Apesar de estarmos vivendo novos tempos, com tecnologias avançadas e um mundo virt

Desatando nós

Recentemente deparei-me com uma situação que fiz questão de resolver. Algumas de minhas correntinhas e pulseiras estavam todas emboladas, ch

Aquarela da vida

Gosto muito de metáforas, parábolas e reflexões paradoxais. Já escrevi alguns artigos comparando a vida com a música, com a dança e com a metamorfose das borboletas. Amo as artes! Hoje eu vou comparar

bottom of page