Vou começar esse artigo com uma frase polêmica que estava circulando nas redes sociais, junto com uma foto ilustrativa de uma sociedade consumista e individualista: vejo pessoas, mas não vejo humanidade.
Essa constatação é realmente triste, muito embora não possamos generalizar, a cultura do ódio e do preconceito está muito evidente. E isso tem que acabar.
Muitas bandeiras são levantadas, o que é legítimo, assim como é legítima a busca pela igualdade de direitos.
Porém, o desespero dos tempos difíceis e a urgência de mudanças, levam a muitos ao deboche e à agressividade aos seus pares. Opiniões divergentes não são respeitadas. O diálogo quase não existe, mas sim a imposição de ideias a qualquer custo.
A raça, a religião, a política e o dinheiro dividiram a humanidade, sendo que se nossas condutas não forem repensadas, isso poderá levar à nossa destruição.
Gostei muito de uma frase de Mário Sérgio Cortella: “As ofensas são as razões de quem não tem razão.”
As ideias devem ser debatidas para fins de reflexão e aprimoramento, enquanto que as ofensas em nada contribuem para a humanidade. Ao contrário, causam sentimento de ódio, preconceito e rancor, que por sua vez levam à guerra. Uma guerra entre humanos.
Somos uma raça única, pensante. Não podemos nos deixar levar por sentimentos destrutivos.
E aqui faço uma ressalva de que, o poder nas mãos erradas é um perigo sem precedentes.
Os líderes devem ter o forte desejo de servir a sociedade e não o contrário. Ainda bem que temos visto pessoas assim.
Aos poucos a população está tomando consciência e conhecimento, mas há muito trabalho pela frente.
Educadores e líderes não são pessoas perfeitas, mas devem procurar buscar a serenidade e esvaziarem-se de ideias preconcebidas, tendo a sensibilidade para aprenderem com seus alunos e liderados.
A humanidade precisa de mais protagonistas, pessoas aptas a terem mentes brilhantes. Todos nós temos talentos e devemos usa-los para o bem-estar individual e coletivo.
Não podemos permitir que o orgulho leve ao endurecimento de nossos corações, quando poderíamos reavaliar comportamentos e atitudes em prol do próximo e de nós mesmos.
Todos nós erramos, mas o que fazer com os erros faz toda a diferença. Persistir no mesmo caminho não é inteligente. Corrigir as falhas e buscar o aperfeiçoamento sim.
Tenho visto muitas pessoas tentando se eximirem de toda a responsabilidade, colocando a culpa nos outros, sem assumirem os próprios erros praticados e a responsabilidade da mudança.
Humanidade é a palavra chave. Precisamos nos fazer uma autocrítica. Será que ao lutarmos por direitos e igualdade, da forma como estamos fazendo, não estamos talvez agindo com a mesma crueldade que impugnamos e queremos combater?
Temos que nos unir, agir com solidariedade, promover a paz, investir em educação. A maioria das pessoas é vítima da própria sociedade. Talvez essas pessoas escolham ou ajam de forma errada por nunca terem sido orientadas devidamente, por não terem tido a oportunidade de irem à escola, por não terem supridas suas necessidades básicas.
A guerra da humanidade não deve ser entre os seres humanos, mas sim contra o ódio, o preconceito, a desigualdade, a violência. Uma luta pela paz.
Bianca Rosenthal
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