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Desatando nós

Foto do escritor: Bianca RosenthalBianca Rosenthal

Atualizado: 7 de jun. de 2024

Recentemente deparei-me com uma situação que fiz questão de resolver. Algumas de minhas correntinhas e pulseiras estavam todas emboladas, cheias de nós.

Então pensei, há duas boas razões para eu tentar desatar esses nós: 1) eu poderia usar minhas correntinhas e pulseiras novamente; 2) Eu poderia refletir e escrever sobre a questão depois, o que amo fazer.

Comecei o processo. Havia inúmeros nós, no total de quatro correntes e 02 pulseiras presas umas às outras. Tirei os mais fáceis primeiramente. Fui pensando nas estratégias e sobre como pôde chegar naquela situação. Estava confuso demais.

Respirei fundo. Como é bom respirar profundamente para que as ideias possam fluir melhor.

Percebi que alguns dos nós eu poderia desfazer manualmente, mas para outros precisava usar ferramentas.

E assim os nós começaram a ser desfeitos, um a um. A primeira correntinha se soltou e depois a primeira pulseira. Insisti, respirei. Pausas muitas vezes são necessárias. Tomei um bom lanche e continuei o processo. Consegui soltar mais duas correntes. Restaram uma pulseira e uma correntinha bem fininha. Eram as que estavam mais emboladas e difíceis de soltar.

Sabia que ali teria que ter mais paciência, persistência, experimentar qual ferramenta mais adequada para desfazer aqueles nós. Tentei bastante. Tirei alguns deles. Parei, pois tinha muitos afazeres.

No dia seguinte, na primeira oportunidade retomei o processo. Estava tranquila, obstinada a conseguir. Enxergava o sucesso, ou seja, eu usando minhas peças, o meu objetivo.

E assim aconteceu, tirei os nós mais difíceis. Faltava pouco, fiquei muito entusiasmada, já pensando em escrever sobre a reflexão que tive com a experiência. A última corrente e a última pulseira se soltaram. Vitória!

A minha reflexão foi longe. Fiquei imaginando a comparação desses nós com uma mente agitada. Às vezes nossos pensamentos estão muito confusos, desorganizados, como se estivessem amarrados, cheios de nós. Não temos concentração, ficamos irritadiços, não sabemos como agir, apenas reagimos. Dormimos mal, compramos ofensas diárias e ficamos remoendo mágoas.

Precisamos organizar nossas mentes, nossos pensamentos. É como limpar e organizar um quarto sujo e bagunçado. Uma coisa de cada vez deve ser arrumada e limpa. É como desatar os nós de correntinhas, um a um, com paciência, persistência, mas principalmente utilizando as ferramentas certas. Não dá para insistir em algo que não está dando certo.

Temos que encontrar ferramentas de gestão de emoção que nos capacitam a sermos líderes de nós mesmos, a organizar nossos pensamentos, a pensar antes de agir e não reagir a toda e qualquer provocação.

Precisamos também praticar o autodiálogo, fora dos momentos de tensão, o que nos capacita a explorar a inteligência emocional, a criatividade, e que nos leva a agir da melhor forma possível em cada situação, a ter um novo olhar sobre as dificuldades da vida, a maravilha de viver o presente.

E para os momentos de tensão precisamos dar um choque de lucidez nos nossos pensamentos perturbadores, duvidar dos mesmos, criticá-los e determinar que vamos resolver o conflito ou problema, qualquer que ele seja.

Assim, poderemos resolver nossas questões internas uma a uma, desatar os nós existentes, deixando tudo limpo e organizado, com mentes aptas a serem usadas de forma brilhante.

Bianca Rosenthal

Advogada e escritora

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